segunda-feira, 24 de junho de 2013



Plenamente conflitante não saber agir em situação como essa, a qual estou inserida. Este constante dilema da minha alma sem sossego, atormentada por batalhas intermináveis de duas nações incansáveis, desfalece meu eu. Ora sei é, ora não é. A quem recorrer em situações como essa? Situação onde só há uma única vontade:  fugir de si. Sair de dentro do corpo, esquivar-se desse eu angustiante.
Não adianta mais levantar bandeiras de paz, chorar, implorar, suplicar. São gigantes surdos, tomados por opiniões completamente distintas, onde não existe conciliação, é matar ou morrer. Entretanto, eles não morrem e fazem do meu frágil corpo sua faixa de gaza, faixa já tão arrebentada, cansada, dilacerada.
Enfim, clamo para que alguém faça a estratégia errada e perca de uma vez por todas, senão, com certeza não hei de aguentar. 0 comentários

Linda Rosa

quinta-feira, 20 de junho de 2013


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segunda-feira, 17 de junho de 2013

Nessa vida de idas e vindas há muitos caminhos para se tomar. São inúmeras as escolhas a se fazer, tantas coisas para decidir. O dilema do certo e do errado. O medo. A culpa. Tantas incertezas escondidas pelas vielas desta longa estrada a qual estamos todos sujeitos. Há tanto receio escondido em nossos corações, receios trancafiados à sete chaves, pois são temores particulares, mas talvez, não singulares. Quem  não tem medo seguir pelo rumo errado? Quem se habilita a passar anos na ânsia incansável  de acertar e depois, apenas notar que trilhou a rota equivocada?

Talvez, viver seja se habilitar a navegar por um mar de incertezas, traçar destinos que não se sabe onde pode-se chegar, sonhar com o horizonte desconhecido, arriscar, sobrelevar os receios e seguir uma direção não geográfica, direção que nenhuma rosa-dos-ventos é capaz de localizar, seguir para um norte não encontrado em mapas. É progredir por onde a intuição guiar, sem ter tempo de olhar para trás, sem querer estacionar, apenas seguir para onde a índole mandar. 0 comentários

sexta-feira, 7 de junho de 2013



Sinto falta de ser bicho solto. De ser passarinho que voa por ai, que viaja mundo a fora. Passarinho que pousa onde quer, e vai embora quando a vontade bate. Sinto falta de abrir minhas asas, de planar voos penhasco a baixo. Aperta-me o coração lembrar da liberdade, aquela liberdade sufocada nessa gaiola que me sujeitei a entrar, gaiola qual sou prisioneira, bicho preso, gaiola cuja porta está aberta, entretanto, esqueci de como é o mundo distante dela. Esse cárcere deu a mim uma natureza diferente, uma natureza reclusa, submissa, de tal  modo que não avisto mais autonomia, confiança ou soberania. Cá estou eu, vendo a vida correndo, vendo o tempo passando e minha asas atrofiando. Cá  estou eu, com a gaiola aberta, mas sujeita a ser cativa de meu próprio eu receoso. 0 comentários

terça-feira, 4 de junho de 2013


Aceite-me da maneira que sou. Não me deem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, porque eu vou seguir o meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente.
Não  sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar com os pés no chão. Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver é ultrapassar qualquer entendimento. Você pode até me empurrar de um penhasco, que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!

Clarice  Lispector
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